quarta-feira, 21 de maio de 2014

BIBLIOTECA NACIONAL DIGITAL

Apresentação 

Ao inaugurarmos a Biblioteca Digital da Fundação Biblioteca Nacional, temos em mente que este dispositivo indispensável à nossa contemporaneidade informacional comporta mais cuidados do que aqueles normalmente privilegiados pelas políticas tecnocientíficas da memória. A digitalização do impresso implica, de fato, para além da sua dimensão puramente técnica, o tornar visível de toda uma crise das estruturas culturais tradicionalmente centradas no livro e na leitura individualizada. É que a digitalização parece impor-se no mesmo momento em que se multiplicam outros caminhos técnicos de aquisição de cultura, outros suportes (do cinema ao DVD), geradores de modos de uso bastante diferentes daqueles requeridos pela prática tradicional da leitura do livro. O risco é incorrer por inteiro no paradigma tecno-mercantilista, cujas estratégias estão mais centradas em preencher a base digital com objetos culturais, que são no fundo indiferentes à grande comunidade dos cidadãos. Ou seja, as formas técnicas de apresentação do digital acabam tornando-se mais interessantes do que isto a que estamos habituados a chamar de “cultura” ou de “patrimônio histórico”. São evidentes as conseqüências disso tudo. Em primeiro lugar, consolida-se a idéia de “sociedade de informação” como uma redução ao conceito de infraestrutura digital. Esta é socialmente valorizada enquanto inovação tecnológica, portanto, enquanto incremento exponencial da velocidade do acesso, mas, isolada em sua dimensão técnica, pode consolidar o abismo elitista entre a apropriação comunitária dos conteúdos culturais e a enorme oferta propiciada pelo mercado do digital. Em segundo lugar, o ponto da preservação digitalizada da memória cultural termina ficando dentro do campo estreito dos interesses e dos debates mercadológicos: como resolver os impasses da concorrência empresarial, qual o melhor padrão a ser adotado. Em última análise, o mercado pode transferir para a inovação do digital os velhos dogmas do funcionalismo, que as ciências sociais tomaram de empréstimo às ciências naturais. E tende a deixar esquecida a diversidade das línguas naturais em favor de um algoritmo único, responsável por todos os mecanismos de busca. Este tipo de preocupação está presente em nossa arrancada rumo à digitalização do acervo. A democratização do acesso à memória cultural não deve furtar-se à pesquisa de uma orientação nacional para os mecanismos de busca. Laboratório de Digitalização Para a captura dos arquivos digitais máster a BNDigital adota padrões que irão garantir a preservação por longo prazo destes arquivos digitais, assim como a qualidade do acesso através das imagens derivadas produzidas para transmissão na web. A captura é feita a partir do documento original ou do microfilme. Para isto a BNDigital conta com um moderno e bem equipado Laboratório de Digitalização, dotado de escâneres planetários que garantem a digitalização sem danos ao acervo, backs digitais, escâner para material de grande porte e escâneres para microfilme. A diversidade do parque de equipamentos é necessária para atender às especificidades dos diversos tipos de materiais presentes na coleção da Biblioteca Nacional. Para a armazenagem dos arquivos digitais de forma segura, possibilitando o seu uso pelas futuras gerações, foi criado na FBN um centro de processamento de dados que abriga as bases de dados institucionais assim como os arquivos digitais produzidos pela BNDigital e pelos projetos de digitalização.  

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